quinta-feira, 8 de outubro de 2020, 9h00
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União e parceria entre os produtores foram o gatilho para a APPA vencer o bicudo
Presidente da associação destaca a ação colaborativa dos agricultores para virar a mesa contra a praga. Ação fez parte de projeto de sucesso gerido pelo IBA
Um antigo ditado diz que a união faz a força. Na Associação Paulista dos Produtores de Algodão (APPA), essa máxima fez toda a diferença. Mais que isso: salvou a cotonicultura paulista. Parece exagero, mas a realidade em que se encontravam os produtores de algodão do estado de São Paulo era de desolação. Porém, a partir de 2016, o “jogo” virou: com o apoio do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), a APPA iniciou o projeto de Controle de Bicudo, a partir de tecnologia que usa a pulverização com microgotas oleosas (UBV e BVO). Junto a isso, os produtores procuraram se unir, para conter e evitar a disseminação da praga. “Quando um deles aplicava o inseticida, todos aplicavam juntos. Ou seja, se não tivéssemos feito esse controle tão eficaz, hoje não haveria mais algodão em São Paulo”, afirma categoricamente o presidente da Appa, Peter Derks.
Derks, inclusive, é um desses agricultores que pensaram em desistir do cultivo da fibra. “Como produtor, já não via mais esperanças e pensei em parar de vez com a produção do algodão. Só continuei porque na safra 15/16 a Appa precisava de uma área para fazer o piloto do projeto gerido pelo IBA e, assim, alguns produtores, como eu, insistiram no cultivo da pluma”, explica
AS estatísticas, atualmente, são bem mais animadoras: a população de bicudo diminuiu mais de 90%, o número de aplicações aéreas caiu de 17 para 7, reduzindo em quase 60%; a dosagem de inseticida por aplicação por hectare caiu de 1,5 litro para 1 litro, diminuindo o custo com o controle do bicudo para o produtor em mais de 40% e o impacto sobre o meio ambiente em mais de 75%. Além disso, antes das pulverizações aéreas UBV, o índice BAS, que mede o índice de bicudo por armadilha por semana, mantinha-se acima de 76 nas safras. Hoje, é menos de 1, o que implica em erradicação quase completa da praga nas áreas beneficiadas pela tecnologia.
O método de controle de bicudo com UBV e BVO surgiu nos Estados Unidos e foi utilizado na supressão do bicudo na região do Texas. Embora não seja algo inédito e que já estava em prática em solo americano com excelentes resultados, os produtores paulistas não acreditavam que daria certo na região. “Eu era um desses que não estava otimista. Só aceitei participar do projeto piloto porque exterminar o bicudo já era uma questão de vida ou morte da produção de algodão em São Paulo”, detalha o presidente da Appa.
Assim, fica claro que com a união dos produtores, o incentivo da associação e a intervenção do IBA, o cenário da produção de algodão no estado de São Paulo mudou. Hoje, a pulverização é menor que no início do projeto, a eficiência é melhor e a produtividade aumentou. “Os projetos feitos pelo IBA têm ajudado muito o produtor em campo, por meio de novas tecnologias, com visitas de especialistas e qualificação de profissionais, os quais compartilham conhecimentos e informam as novidades do setor”, finaliza Peter Derks.
Quer saber mais sobre a UBV e BVO? Então, ouça o podcast do IBA.