segunda-feira, 2 de março de 2015, 9h56
Notícias IBA
Treinamento de Monitores de Pragas do Algodoeiro
“O monitor tem que saber identificar os insetos-praga, conhecer o comportamento deles e o ambiente, de modo a se antecipar aos problemas e evitar danos à lavoura, minimizando o risco de prejuízos financeiros”, afirmou o consultor Paulo Saran a cerca de 360 pessoas que participaram das primeiras etapas do Treinamento de Monitores de Pragas do […]
“O monitor tem que saber identificar os insetos-praga, conhecer o comportamento deles e o ambiente, de modo a se antecipar aos problemas e evitar danos à lavoura, minimizando o risco de prejuízos financeiros”, afirmou o consultor Paulo Saran a cerca de 360 pessoas que participaram das primeiras etapas do Treinamento de Monitores de Pragas do Algodoeiro, realizadas na Serra da Petrovina, em Primavera do Leste e Campo Verde, no final da última semana.
Promovido pelo Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt) e pela Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), com apoio financeiro do Instituto Brasileiro do Algodão – IBA, o Treinamento será levado esta semana a Sorriso (na próxima quinta-feira), Campo Novo do Parecis (sexta-feira) e Sapezal (sábado). Na sexta-feira, 143 pessoas do Núcleo Regional Centro Leste (região de Primavera do Leste) participaram de cerca de 12 horas de treinamento e a apresentação mais longa (com quatro horas de duração) foi de Paulo Saran, consultor radicado hoje em Luís Eduardo Magalhães, na Bahia. Minucioso em sua abordagem das principais pragas e doenças do algodoeiro, ele assustou a plateia com a aplicação de uma prova com 20 questões voltadas para o dia a dia de uma fazenda produtora de algodão. “Em geral, esta avaliação mostra que o pessoal não está acompanhando a evolução no campo”, comenta Saran. Ele se refere à complexidade da situação enfrentada hoje por produtores e técnicos, com o plantio sucessivo de várias safras e fatores que interferem no comportamento de insetos, como o clima e o emprego cada vez maior de variedades transgênicas. “Em um mês, um monitor aplicado consegue aprender tudo sobre a identificação dos insetos-praga e sintomas das principais doenças, mas, o comportamento deles muda a cada safra”, alerta. Em relação aos insetos-praga, ele chamou especial atenção para os polífagos, que se alimentam, inclusive, de plantas daninhas: entre eles, as lagartas do gênero Helicoverpa, a lagarta Spodoptera frugiperda (também conhecida como lagarta-militar) e mosca branca. Cleidiano Gouveia da Silva, monitor técnico de campo do Grupo São Caetano que participou do treinamento em Primavera do Leste, concorda sobre a necessidade de estar sempre evoluindo como profissional: “Hoje a avaliação do monitor tem que ser mais criteriosa. Ele precisa conhecer as novas variedades transgênicas, entender o comportamento da planta e por que os insetos-praga estão se tornando mais resistentes”, diz Cleidiano, que é monitor desde 2011 e está fazendo faculdade de Agronomia. Volnei Leite, gerente técnico do Grupo Nativa, já tem o curso superior e hoje está fazendo pós-graduação, mas atuou durante muitos anos como monitor de pragas e fez questão de participar do treinamento em Primavera do Leste (ao lado de dois monitores do Grupo): “A gente faz uma reciclagem: relembra algumas coisas e aprende outras”. Bicudo – Considerado a maior praga do algodoeiro, o bicudo foi um dos insetos-praga mais comentados no Treinamento de Monitores de Pragas: além de ter sido bastante mencionado na apresentação de Saran, ele foi o tema principal da palestra do entomologista Eduardo Barros, do IMAmt. O pesquisador fez um histórico dos danos causados pelo besouro às lavouras de algodão no Brasil e apresentou as medidas do Projeto de Controle Efetivo do Bicudo do IMAmt, cujo principal objetivo é reduzir a pressão da praga. O entomologista Jacob Crosariol Netto (IMAmt), por sua vez, falou sobre trabalho de monitoramento de mariposas-praga através do Sistema de Pragas Emergentes (SAP-e), que leva informações semanais aos produtores associados da Ampa visando o controle de lagartas. O pesquisador também falou sobre a importância da área de refúgio para preservação das principais biotecnologias utilizadas no sistema produtivo adotado no Cerrado mato-grossense. O consultor Anderson Orsi apresentou o aplicativo desenvolvido em parceria da empresa Terras com pesquisadores do IMAmt com o objetivo de facilitar o dia a dia dos técnicos que fazem o monitoramento de pragas do algodoeiro. O novo software está sendo disponibilizado para os associados da Ampa gratuitamente na safra 2014/15 e os interessados, segundo Orsi, devem procurar os Assessores Técnicos Regionais (ATR) de seu Núcleo Regional. Doenças e plantas daninhas – Também em relação a doenças do algodoeiro, monitoramento é a palavra-chave e esse foi o tema da apresentação do fitopatologista Rafael Galbieri, do IMAmt. Entre as doenças que são alvo de preocupação constante, ele destaca a ramulária, a mancha de Corynespora(também conhecida como mancha-alvo – que, em algodoeiro, é uma doença mais recente no Brasil) e o mofo-branco. “É fundamental ficar de prontidão, fazer o monitoramento constante das lavouras para entrar com aplicações de produtos agroquímicos aos primeiros sinais do problema”, afirma Galbieri, que também abordou os problemas causados pela ocorrência de nematoides. O pesquisador Edson Andrade Junior falou sobre outro problema que deve ser alvo de monitoramento nas fazendas: o surgimento de plantas daninhas resistentes a herbicidas. Desde a safra 2012/13, o IMAmt vem desenvolvendo um trabalho voltado para o levantamento de plantas daninhas com resistência a herbicidas em áreas algodoeiras de Mato Grosso (picão-preto, leiteiro, caruru, mentrasto e capim pé-de-galinha, entre outras espécies), por meio de um projeto financiado pelo IBA. “É importante que os agricultores e o pessoal técnico das fazendas estejam bem informados sobre as principais plantas daninhas encontradas nas lavouras de algodão de todas regiões produtoras de Mato Grosso, e conheçam práticas para prevenção e controle delas, de modo a preservar as novas tecnologias e garantir o futuro da cotonicultura no estado”, diz Andrade Junior. Na próxima quinta-feira, a equipe envolvida no Treinamento de Monitores de Pragas do algodoeiro estará no Auditório do Hotel Odara em Sorriso; na sexta, o grupo seguirá para Campo Novo do Parecis, onde se apresentará no Auditório da Câmara Municipal e, na sexta, a rodada de treinamento será concluída no Auditório da Prefeitura Municipal de Sapezal. O treinamento começa às 7h30m e maiores informações poderão ser obtidas com os ATRs de cada Núcleo Regional. Segue o roteiro: DATAS E LOCAIS: 26/02/2015 (quinta-feira) – Sorriso – Auditório do Hotel Odara 27/02/2015 (sexta-feira) – Campo Novo do Parecis – Auditório da Câmara Municipal de Vereadores 28/02/2015 (sábado) – Sapezal – Auditório da Prefeitura Municipal
Fonte: Assessoria de Comunicação da Ampa |
Publicado em: 23/02/2015 |