Voltar

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020, 11h15

Notícias IBA

Do Brasil para o mundo: cotonicultura brasileira como inspiradora de tecnologias mundo afora

A implementação dos projetos de cooperação técnica fomenta o compartilhamento de informações técnicas, tecnologias inovadoras, boas práticas validadas no Brasil, e a possiblidade de testá-las em outros ambientes e cenários

São 10 anos de parceria entre o Instituto Brasileiro do Algodão (IBA) e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), ligado ao Itamaraty. Ao longo desse tempo, essa contribuição mútua tem crescido significativamente. Atualmente, o Brasil desenvolve projetos em algodão com 15 países na África (Benim, Burundi, Burkina Faso, Cameroun, Chade, Côte d’Ivoire, Etiópia, Mali, Moçambique, Malawi, Quênia, Tanzânia, Togo, Senegal, Zimbábue) e seis países na América Latina e um no Caribe (Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru e Haiti) por meio da cooperação bilateral Sul-Sul e Trilateral Sul-Sul com organismos internacionais (FAO, OIT, PMA e PNUD).

Em entrevista para a série comemorativa aos 10 anos do IBA, o embaixador Ruy Pereira, diretor da ABC, falou sobre os resultados desta cooperação internacional na cotonicultura. “Observa-se um aumento da produção e da produtividade, a revalorização de variedades de algodão de qualidade diferenciada (fibra longa), como o Pima, no Peru, o acesso a novos mercados para o escoamento da produção, a elaboração de políticas, planos e programas de apoio ao setor cotonicultor, inspirado no que fazemos no Brasil, além do aumento significativo da renda e qualidade de vida dos pequenos produtores de algodão”, disse.

Os países envolvidos no programa de cooperação internacional têm acesso a boas práticas do Brasil, seja na produção do algodão e de alimentos consorciados, como no beneficiamento para a produção de subprodutos e no escoamento da produção para mercados institucionais, como a alimentação escolar. Os projetos também fortalecem as capacidades institucionais de todas as instituições cooperantes e adensam as relações institucionais e entre os países.

Para as organizações brasileiras cooperantes, os benefícios são o conhecimento sobre questões específicas da cotonicultura de base familiar em outros países em desenvolvimento, beneficiários dos projetos de cooperação Sul-Sul, que podem ser adaptadas e/ou adotadas no Brasil. “Um desses exemplos é o que a Embrapa trouxe do Chade relacionado ao sistema de plantio de sorgo em regiões semiáridas, que está sendo testado na região nordeste do Brasil”, explica o embaixador.

Ainda há novos projetos no setor algodoeiro que serão implementados em parceria com o IBA. Dentre eles, projetos, no âmbito da cooperação trilateral com organismos internacionais, de apoio e escoamento da produção consorciada de alimentos e de subprodutos, que entrarão em fase de implementação a partir de 2021 em três países africanos (Moçambique, Benim e Tanzânia) e dois outros projetos bilaterais, na Argentina e no Haiti. Ainda para o próximo ano, está previsto o início dos projetos bilaterais com a Etiópia, Cameroun, Zimbábue, Senegal e Côte d’Ivoire, além de iniciativas de cooperação que integrarão todos os 22 países participantes do programa brasileiro de fortalecimento do setor algodoeiro no mundo.

“Embora os resultados dessa cooperação sejam muito positivos, ainda há muito a se fazer. Como próximos passos, o Brasil pretende consolidar, com o apoio do IBA, todas as iniciativas de cooperação técnica Sul-Sul bilateral e trilateral que vem executando na África, na América Latina e no Caribe, e deixar um legado nos países dessas regiões para as futuras gerações agrícolas, de maneira a contribuir, além-fronteiras, para o objetivo estratégico de amplo espectro, de largo alcance, que é a sustentada ampliação do espaço da fibra natural do algodão e de seus produtos derivados e consorciados no mercado internacional. Para o maior benefício dos cotonicultores e consumidores do algodão no Brasil”, finaliza o embaixador Ruy Pereira.

Voltar