quinta-feira, 1 de outubro de 2020, 1h00
Notícias IBA
Competitivo, com qualidade e sustentável: assim a Abrapa define o algodão brasileiro
Três pilares que transformaram a produção de algodão e são um marco dos 10 anos de criação do IBA
Nesta série comemorativa ao aniversário de 10 anos do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), em conversa com os presidentes das associações estaduais, muito se fala sobre a importância dos projetos em parceria com o IBA e como eles estão solidificando toda a cadeia produtiva do algodão. No entanto, para o presidente da Associação Brasileira de Produtores de Algodão (ABRAPA), Milton Garbugio, é mais que isso. Se comparado 2020 a 2010, data de fundação do Instituto, o algodão produzido no Brasil é outro. Por meio de certificações e controles de qualidade, hoje, a cadeia produtiva brasileira entrega um produto extremamente competitivo em nível mundial, fruto da qualidade da fibra e do manejo sustentável.
“Os recursos financeiros gerenciados pelo IBA mudaram a realidade da produção do algodão no país, tanto no âmbito social quanto na qualidade e sustentabilidade, cujas ações aumentam anualmente. Os resultados têm impactado a cotonicultura brasileira, com benefício direto para o produtor e o consumidor final”, comemora o presidente da Abrapa.
E é com foco no consumidor final que em 2016, dentre os 58 projetos encabeçados pela Abrapa por meio de recursos e gestão do IBA, surgiu o Sou do Algodão. A iniciativa visa divulgar o algodão brasileiro dentro do Brasil. Desde então, já são mais de 320 marcas parceiras apoiando o programa. “De maneira geral o consumidor final, principalmente dos centros urbanos, não tem ideia do que o algodão representa para o Brasil e para a vida dos brasileiros. Logo, o Sou de Algodão faz um trabalho incrível de esclarecimento da cadeia produtiva da indústria têxtil e de confecções”, explica Garbugio.
Mas antes de chegar no consumidor, há uma longa jornada no processo produtivo. Uma delas é o combate às pragas, um dos temas mais caros à cotonicultura. Pesquisas com o uso da tecnologia para combater pragas e doenças do algodoeiro estão no dia a dia dos projetos conduzidos pelo IBA. Elas ajudam a reduzir o custo de produção, melhoram a qualidade da fibra e a produtividade de modo geral. E, rotineiramente, Abrapa e IBA têm trazido novidades nesta área para o produtor. Hoje, esses estudos envolvem 100% das associações e 420 propriedades produtoras de algodão.
E por falar em tecnologia, o presidente da Abrapa ressalta mais dois projetos envolvendo o IBA: o CBRA (Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão) e o ABR (Algodão Brasileiro Responsável). No primeiro, o objetivo é a verificação e padronização, por meio de um laboratório central, dos processos classificatórios do algodão brasileiro que atuam para garantir a qualidade e a credibilidade dos resultados aferidos nos diversos laboratórios instalados por todo Brasil. A estrutura é parte do programa Standard Brasil HVI–SBHVI, lançado em 2016.
Já o projeto ABR, criado em 2013, tem como foco a sustentabilidade. Além das questões ambientais, o programa estabelece parâmetros para as questões sociais e econômicas quem envolvem a cadeia produtiva do algodão. Os resultados são surpreendentes, com 77% da produção brasileira (safra 2019/2020) já certificadas. “Em 2019, 36% do algodão licenciado pela BCI era do Brasil, o que faz de nós o campeão mundial de fibra licenciada por esta importante organização suíça, que é sinônimo de algodão sustentável no mundo”, afirma Milton Garbugio.
“Todas essas iniciativas, que vão desde o uso de tecnologia e desenvolvimento de novas técnicas até a ampliação do conhecimento sobre algodão, elevam a um outro patamar a cotonicultura brasileira. Saber que por trás disso existe inteligência, análise e sobretudo parceria, como a que temos com o IBA, mostra o quanto somos arrojados e estamos preparados para os desafios impostos a todos os profissionais da cadeia produtiva do algodão”, finaliza o presidente da Abrapa.
Continue a acompanhar conosco a série comemorativa dos 10 anos do IBA: nas próximas semanas, confira a entrevista com o presidente da Appa, Peters Derks.