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segunda-feira, 23 de julho de 2012, 3h17

Notícias IBA

Brasil poderá retaliar EUA no caso do algodão, diz embaixador

BRASÍLIA – O chefe da Missão do Brasil junto à Organização Mundial do Comércio (OMC), embaixador Roberto Carvalho de Azevêdo, disse que o Brasil não deseja retaliar os Estados Unidos devido aos subsídios dados aos produtores de algodão, mas pode chegar a fazê-lo, caso o acordo feito em 2010 seja descumprido. "A nova lei agrícola é mais […]

BRASÍLIA – O chefe da Missão do Brasil junto à Organização Mundial do Comércio (OMC), embaixador Roberto Carvalho de Azevêdo, disse que o Brasil não deseja retaliar os Estados Unidos devido aos subsídios dados aos produtores de algodão, mas pode chegar a fazê-lo, caso o acordo feito em 2010 seja descumprido. "A nova lei agrícola é mais distorcida do que a atual. Enquanto ela é discutida, nós avaliamos de que forma ela pode ser modificada para ser satisfatória para nós. Caso fique como está, podemos entrar com um contencioso devido ao descumprimento do acordo por parte dos EUA", disse Azevêdo.

O Brasil e os EUA têm um acordo bilateral que acaba em setembro. Por ele, o Brasil suspendeu a decisão de aplicar sanção de US$ 829 milhões, válida para 2010 – o valor seria revisto ano a ano –, contra produtos americanos, em troca de uma compensação americana de US$ 147 milhões por ano para os cotonicultores brasileiros.

Não há, contudo, qualquer garantia de que essa compensação será mantida, já que a nova "Farm Bill", a lei agrícola americana, continua em negociação no Congresso. A tendência é que o documento somente seja votado depois da eleição presidencial de novembro. Azevêdo informou que o governo brasileiro pode até esperar o mês de novembro para definir qual será sua ação, mas que o prazo dado será "curto". "Vamos esperar que a lei seja aprovada para tomar uma decisão. Mas não será por um prazo longo", disse.

Atualmente um grupo de trabalho interministerial é responsável por examinar a forma de reintroduzir as sanções econômicas já aprovadas pela Organização Mundial do Comércio (OMC). O grupo estuda a forma, os valores e o método como o governo brasileiro poderá agir. "O valor antigo era de R$ 829 milhões, mas ele está sendo revisto. Antes, ficou acertado que até R$ 560 milhões seriam em bens e os R$ 269 milhões restantes seriam em propriedade intelectual", explica.

 

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