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quinta-feira, 4 de outubro de 2012, 4h22

Notícias IBA

Brasil e EUA evitam novo atrito no caso do algodão

O Brasil e os Estados Unidos concluíram ontem em Genebra os entendimentos para a continuidade de um acordo bilateral no contencioso do algodão, depois da extinção da lei agrícola americana (Farm Bill) no fim do mês, eliminando expectativas de agravamento das tensões comerciais no caso. Pelo entendimento temporário, o Brasil continuará não aplicando retaliação de […]

O Brasil e os Estados Unidos concluíram ontem em Genebra os entendimentos para a continuidade de um acordo bilateral no contencioso do algodão, depois da extinção da lei agrícola americana (Farm Bill) no fim do mês, eliminando expectativas de agravamento das tensões comerciais no caso. Pelo entendimento temporário, o Brasil continuará não aplicando retaliação de mais de US$ 800 milhões contra produtos americanos, e os EUA em troca continuam pagando compensação de US$ 147 milhões por ano a produtores brasileiros.

Havia o cenário de que os americanos, uma vez extinta a Farm Bill, suspenderiam também a compensação, e o Brasil então retaliaria, numa escalada das fricções bilaterais. Agora, existe o entendimento temporário, mas a expectativa brasileira é de que em algum momento, em um "futuro não muito distante", seja aprovada a nova Farm Bill e então o país decidirá como proceder.

O cenário continua nebuloso. O embaixador brasileiro na Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevedo, principal negociador no contencioso do algodão, reiterou a preocupação com o rumo das discussões em Washington sobre a nova lei agrícola americana porque isso "agrava a situação", ou seja, eleva os subsídios, em vez de reduzi-los, como exigira a OMC.

Se a nova lei realmente for aprovada dessa maneira, a alternativa para o Brasil será mesmo retaliar produtos americanos em seguida, para fazer valer seus interesses, concordam analistas.

Por ora, esses programas continuarão operando sem alterações, porque têm dotação orçamentária para até o fim do ano-safra que termina em setembro de 2013. "E se os programas continuam operando sem modificação, a tendência é de que os dois governos entendam que o memorando continua em vigor", disse uma graduada fonte.

O que falta é um entendimento formal, definitivo, pela continuação do pacto. "É altamente improvável que não haja continuação do acordo", afirmou a fonte. A manutenção do compromisso deve ser confirmada nesta semana, ignorando as fricções comerciais recentes.

Em plena campanha eleitoral, a administração do presidente Barack Obama atacou firmemente o Brasil pelo anúncio da alta de tarifas de importação de cem produtos. Mas os próprios americanos reconhecem que o Brasil não rompeu nenhuma regra da OMC, pois tem margem para subir suas alíquotas. A percepção brasileira é de que as críticas de Washington são puramente eleitoreiras e os dados mostram que os produtos americanos são pouco atingidos.

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