sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014, 1h21
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Produtor de algodão quer retaliar os EUA
Os cotonicultores do país manifestaram total apoio a uma possível retaliação de Brasília aos EUA por causa da nova lei agrícola aprovada em Washington. Comunicado da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) será divulgado amanhã. De acordo com o presidente da Abrapa, Gilson Pinesso, a nova "Farm Bill", assim como os programas de […]
Os cotonicultores do país manifestaram total apoio a uma possível retaliação de Brasília aos EUA por causa da nova lei agrícola aprovada em Washington. Comunicado da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) será divulgado amanhã.
De acordo com o presidente da Abrapa, Gilson Pinesso, a nova "Farm Bill", assim como os programas de seguro propostos por ela, vão provocar distorções ainda maiores que no ano passado nos preços de mercado e na produção de algodão. "A nova lei agrícola vai causar impactos brutais para os produtores brasileiros. Não há dúvidas, a nova 'Farm Bill' é danosa ao setor", afirma.
Conforme cálculos realizados pela Abrapa, com o atual cenário dos preços as novas regras da "Farm Bill" poderão provocar distorções nos preços do algodão de até 6,5\%. Em níveis mais baixos, esse percentual poderá chegar a 13\%.
A associação também calculou o impacto do seguro rural e dos subsídios oferecidos pelo governo americanos. A nova "Farm Bill" cria um novo mecanismo de seguro, conhecido como STAX, que é complementar ao já existente (CIP). Ele garante, por exemplo, até 90\% da receita esperada pelos produtores americanos. Além disso, segundo os estudos da Abrapa, o programa prevê que Washington subsidie ao produtor até 80\% do prêmio do seguro, entre outras vantagens.
"Se for desta forma, está confirmado: o melhor cenário do mundo é plantar algodão nos Estados Unidos", ironizou Gilson Pinesso.
Durante encontro com a presidente Dilma Rousseff na terça-feira em Mato Grosso, em evento que marcou o início da colheita de soja no município de Lucas do Rio Verde, Pinesso aproveitou para tratar do assunto. Ouviu de Dilma que o segmento estava "no caminho certo".
"Vamos torcer para essa posição refletir na reunião da Camex [Câmara de Comércio Exterior]. Espero realmente que o governo siga em frente com as retaliações, pois a nova lei dos EUA é danosa. Ela contém altos subsídios embutidos".
"De qualquer forma, se assim não o for e se a retaliação não seguir adiante, vamos apoiar qualquer decisão do governo brasileiro para resolver esse caso ainda pendente", afirmou o presidente da Abrapa.
Fonte: Valor Econômico