quarta-feira, 17 de outubro de 2012, 5h47
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Instituto Brasileiro do Algodão investe verba dos Estados Unidos em projetos de tecnologia e controle de pragas
Há dois anos o Brasil recebe uma compensação financeira de R$ 147 milhões ao ano paga pelos Estados Unidos devido ao excesso de subsídios concedidos pelo governo norte-americano aos produtores de algodão daquele país. O acordo foi firmado após disputa na Organização Mundial do Comércio, com a condição de que o Brasil não retaliasse os norte-americanos. Os recursos estão […]
Há dois anos o Brasil recebe uma compensação financeira de R$ 147 milhões ao ano paga pelos Estados Unidos devido ao excesso de subsídios concedidos pelo governo norte-americano aos produtores de algodão daquele país. O acordo foi firmado após disputa na Organização Mundial do Comércio, com a condição de que o Brasil não retaliasse os norte-americanos. Os recursos estão sendo aplicados em projetos para impulsionar a produção brasileira.
São investimentos em tecnologia e no controle de pragas, como o bicudo, responsável por grandes perdas na lavoura. Um exemplo está no Estado de Goiás. Em uma propriedade do município de Cristalina foram colhidas mais de quatro toneladas de algodão por hectare. Para chegar a esse resultado foi preciso muito investimento. A orientação para a boa colheita vem de um programa desenvolvido pela Fundação Goiás.
— A nossa função é monitorar e levar a informação para o produtor. O projeto de supressão e controle do bicudo algodoeiro consiste no monitoramento da propriedade para que a gente possa estar sempre avaliando a incidência da praga, para que a gente oriente o produtor e ele consiga tomar as decisões a tempo de não causar dano para a propriedade — explica o coordenador do projeto na Fundação, Ronaldo Limberte.
O Instituto Brasileiro do Algodão (IBA) também utiliza o dinheiro pago pelos norte-americanos em outras iniciativas. O IBA recebe as propostas do setor produtivo nos Estados, aprova, e aplica os recursos.
— Nós temos nove associações estaduais e estamos com projetos especificamente de controle e mitigação de pragas — afirma o diretor do IBA, Gustavo Rodrigues Prado.
Até o final de 2012 serão investidos R$ 170 milhões em 31 projetos. O futuro dos repasses depende da eleição presidencial dos Estados Unidos, em novembro, e da aprovação da nova lei agrícola. De acordo com o IBA, conforme o resultado será mais vantajoso aumentar as vendas para aquele mercado do que receber a compensação.
— Todos os cenários estão sendo desenhados e estudados do ponto de vista do impacto dessa nova Farm Bill (lei agrícola dos Estados Unidos). Conforme o resultado e em relação às determinações da OMC na época, o governo vai estudar o que pode ser feito. Se as medidas forem altamente protecionistas e o governo entender que eles estão descumprindo e talvez até piorando a situação, ele vai fazer o seu direito de retaliar e dar continuidade no caso, na OMC, exigindo o cumprimento — diz o presidente do IBA, Haroldo Cunha.
Para o especialista em Relações Internacionais José Eustáquio Ribeiro, o futuro da negociação ainda é incerto.
— Se os republicanos ganham as eleições há uma probabilidade maior de você aprovar até mesmo com a redução dos subsídios e aí, não necessariamente, a gente continua com o acordo de negociação. Mas, por outro lado, se ganham os democratas vai ser mais difícil negociar a redução desses subsídios e a probabilidade da continuidade do acordo permanece.
Fonte: CANAL RURAL